Nesta aventura, mergulharemos em uma gota de água, na maioria das vezes cristalina, e aparentemente sem vida, mas que na realidade, tem o embrião inicial de toda cadeia de vida aquática ou mesmo extra aquática. ao longo de nossa expedição colocaremos inicialmente essa "gota" sob efeito da luz solar e veremos as transformações que ela vai sofrendo com o decorrer do tempo. É claro que apenas uma gota em segundos se evaporaria, mas como tudo que vamos relatar ocorre e cabe em uma unica gotinha, usaremos simbolicamente o termo gota ao nos referirmos a uma coleção de água.Para melhor aproveitar o "passeio" imagine-se microscopicamente instalado dentro da gota, e apreciando suas transformações.
O inicio de tudo são algas unicelulares e bactérias, que servem de alimento a outras formas cada vez mais complexas, e se desenvolvem usando a LUZ, como energia, e sob efeito dela gerando substancias orgânicas a partir de produtos inorgânicos, utilizando para isso o CO2 existente na água. São usinas microscópicas que têm altíssima capacidade de transformação. E assim além de produzir alimento acabam também colaborando para o controle do CO2 existente, e resultando na oxigenação da água pela liberação de oxigênio. E isto ocorre tanto na água doce como na salgada.
Após alguns dias expostas à luz a água antes estéril, agora já tem um grande potencial de vida vegetal microscópica, que vai servir de fonte alimentar a outros seres maiores e com menor capacidade de conversão e assim ficam dependentes desse primeiro passo inicial .....que se não existir por algum problema gerado, impedirá o desenvolvimento do restante da cadeia.
A quantidade de fitoplancton (nome que se dá ao conjunto de algas formadas e também bacterias) vai depender da interação entre fatores químicos, físicos, biológicos e até ambientais como disponibilidade de nutrientes, estabilidade da coluna de água e principalmente da luz disponível, que vai resultar na biomassa que pode ser expressa em número de células por litro e em mg de clorofila a por m³ , e pode chegar em condições ideais a 3.000.000 de células por litro
cosmarium
micrasterias ou pediastrum
cosmarium
Pediastrum
scenedesmus ou Merismopedia ao alto e Cosmarium abaixo
diatomacea - tem mobilidade
Oocistis
Euglena - tem mobilidade
Closterium
São um verdadeiro exemplo de como pequenas ações, podem gerar grandes resultados, no caso, bastante positivo, mas em outros pode gerar grandes problemas como o da poluição do Planeta, em que pequenas ações por nós promovidas, sem nenhuma importância relativa, mas que se praticada por muitos podem gerar um imenso problema - PENSE NISSO diariamente ao tomar alguma atitude.
Não entraremos em detalhes sobre os tipos de algas uni ou multi celulares, pela enorme quantidade existente....e as mais interessantes formas que se apresentam....mas algumas merecem algum comentário a titulo de curiosidade...como as Diatomáceas (Navicula spp.) que ao microscópio se parecem a submarinos se deslocando pela água....é isso mesmo elas se movem da mesma maneira e possuem a mesma forma deles, ou também a alga Phacus spp. que se apresenta como uma raquete, ou um tamborim de bateria oscilante, que rapidamente oscilando corta o campo de foco. Só quem já teve a chance de vê-las ao vivo e a cores pode fazer idéia do espetáculo cheio de surpresas, que é ficar observando essas criaturinhas microscópicas.
Abaixo estão tomadas fotográficas de um organismo que ainda não sei que tipo é, mas que apresenta um movimento interessante, e oscilando um tipo de "flagelo", se movimenta rápida e freneticamente... pela sequência é possível imaginar...
Além da utilidade das algas e bacterias na cadeia alimentar, podemos encontrar sua utilidade como no caso das diatomáceas, devido a capa de sílica que mesmo após ingerida continua existindo e se deposita no fundo dos oceanos, e é usada em filtros para usinas açucareiras, material abrasivo para polimento de metais como a prata, e já foram até utilizados em pastas dentifícias, tintas refletivas, e até como indicadores da existência de petróleo ou gás.
Mas deixemos essa "gota" por mais alguns dias expostas à luz e então notaremos que outras formas vão aparecendo, algumas delas mais ou menos evoluídas, mas todas mesmo se alimentando das mais simples, acabam servindo de alimento as formas mais complexas, e com a mesma importância pois ou utilizarão as menos evoluídas ou serão usadas como alimento a outras mais evoluídas.
Assim, vamos chegando a estágios mais visíveis a olho nu, como
o zooplancton (conjunto de seres heterotróficos - ou que não tem
capacidade fotossintética) e que são considerados com 2° estagio
da cadeia alimentar. Alguns quase não se locomovem,enquanto outros tem
maior motilidade, e muitos até usam a diferença de densidade do
corpo para descer ou subir na coluna de água, podendo assim migrar para
áreas com mais alimentos ou com menos predadores, ou até se deixando
levar pela corrente de água.E por não terem capacidade de usar
a energia luminosa como fonte de nutrientes, ficam dependentes das algas para
sobreviver, e se multiplicar.
Aqui estão incluídos protozoários, rotiferos, pequenos
crustáceos (copépodos, e cladóceros), moluscos, anelídeos,
larvas de diferentes insetos, animais e peixes.
Como representantes dos protozoários temos os famosos e conhecidos Paramécios
Paramecium sp.
Como representantes dos rotíferos, temos os Phylodina spp., Brachionus spp. e muitos outros
Phylodina
sp.
Brachionus
sp.
Vorticella(?)
sp.
Squatinella (?) sp. que mais se parece a um astronauta usando capacete
Abaixo alguns rotíferos não identifados ainda
possivelmente Filinia sp.
possivelmente Brachionus sp.
Possivelmente Keratella sp.
Como representantes dos copépodes temos os ciclops
ciclops de água doce, à esquerda ninfa e à direita adulto
ciclops
de agua salobra
Como representantes dos cladóceros temos as moinas, chidorus, simochephalus, daphnias e outros
Possivelmente Bosmina sp.
Moina sp.
Daphnia sp.
Simocephalus sp.
Chidorus sp.
Macrotrix sp.
Como representantes dos anelídeos, temos os microfex, tubifex
Microfex
E também representantes de outras categorias
anelideo (não classificado) de água
Todos acima mostrados são de tamanho pequeno podem perfeitamente estar presentes em uma gotinha de água, e são a base alimentar de espécies maiores, como alevinos de peixes, ou até mesmo de predadores astutos como as larvas de Odonata (LIBÉLULA) e pelo seu alto valor nutricional individual e pela diversidade existente de espécies acabam favorecendo um crescimento rápido a essas formas jovens, que dependendo do ambiente em que estão quanto mais rápido crescerem, menores as chances de acabarem servindo de alimento a outros mais desenvolvidos.....a lei é mais ou menos essa:"coube na boca é alimento" .
Saindo da gota, para um espaço um pouco maior ai vão algumas fotos de quem representa o próximo passo nesta cadeia alimentar
alevino de betta caçando seu alimento
Uma ninfa de Odonata que tanto caça pequenos seres como também preferencialmente se alimenta de girinos de anfíbios e peixes de pequeno porte, com sua mandíbula articulada que mais se parece a uma draga quando aberta.
E assim os ciclos de vida vão se diversificando, e acabam em parte saindo para outros ambientes, alimentando uma enorme diversidade de formas de vida, ou até mesmo continuam no ambiente aquático até chegarmos aos grandes predadores.
Parece incrível que tudo tenha se iniciado de forma microscópica.
Nota - todas as fotos foram feitas por nós e em ambientes
aquáticos da própria Sunshine piscicultura.
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